A obesidade é uma condição de saúde prolongada que impacta milhões de pessoas em todo o mundo. Esta condição não apenas afeta o bem-estar físico, mas também aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de doenças conexas, como diabetes tipo 2, hipertensão e complicações cardiovasculares. Nos últimos anos, o campo da pesquisa farmacológica tem avançado a passos largos, oferecendo novas esperanças para o tratamento eficaz dessa condição. Dentre as inovações mais promissoras estão a retatrutida e a survodutida, duas substâncias que têm mostrado resultados notáveis na redução de peso e melhoria dos índices metabólicos.
Retatrutida: Um Novo Patamar com o Agonista Triplo
A retatrutida se destaca por ser um agonista triplo, agindo de forma simultânea sobre os receptores do peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1 (GLP-1), do polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) e do glucagon. Essa habilidade de agir em múltiplas frentes potencializa a redução de peso e melhora o controle dos níveis de glicose no sangue. Durante um estudo de fase 2, indivíduos obesos mas sem diabetes que receberam a dose máxima de retatrutida (12 mg) registraram uma redução média de 24,2% no peso corporal após 48 semanas de tratamento. Não só isso, houve uma diminuição marcante da gordura no fígado, o que aponta para benefícios adicionais em termos de saúde metabólica.
Survodutida: O Promissor Agonista Duplo
A survodutida atua como um agonista duplo, ativando os receptores do glucagon e do GLP-1. Uma meta-análise abrangendo 18 estudos com 1.029 participantes revelou que doses superiores a 2 mg por semana, administradas por mais de 16 semanas, proporcionaram reduções expressivas de peso, índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal. Em média, os que usaram survodutida perderam 8,33 kg a mais do que aqueles que estavam no grupo controle.
Avaliações Clínicas e O que Esperar no Futuro
Embora os resultados iniciais com a retatrutida e a survodutida sejam realmente animadores, é crucial considerar os perfis de segurança desses tratamentos. Os efeitos colaterais reportados mais frequentemente incluem sintomas gastrointestinais, como náuseas e diarreia, que em geral são de intensidade leve a moderada e temporários.
A inclusão desses novos medicamentos no arsenal de tratamentos contra a obesidade marca um grande progresso, possibilitando opções mais eficazes para pacientes que não tiveram sucesso com métodos convencionais. Contudo, é vital que o uso desses agentes seja constantemente supervisionado por profissionais de saúde capacitados, que possam monitorar tanto a eficácia quanto a segurança do tratamento. Além disso, é essencial orientar os pacientes sobre a necessidade de modificações no estilo de vida para alcançar e manter resultados duradouros.
Referências Consultadas
- Jastreboff AM, et al. (2023). "Retatrutida leva a perda ponderal ‘impressionante’". Medscape. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6509786
- Becegato M. (2024). "Survodutida é eficaz na redução de peso e medidas corporais em adultos com obesidade, mostra estudo". Medscape. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6512036
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