A gestação é um período de muitas mudanças e dúvidas para a maioria das mulheres, principalmente quando se trata da 1ª gravidez. Um dos temas que mais ouvimos no consultório é a preocupação com o peso que pode ser adquirido durante o período de 9 meses. Claro que existem alguns limites, mas o importante é se preocupar com a saúde da mulher e do bebê.
Lembramos que o peso adquirido durante a gravidez não é apenas gordura. Ele representa o peso do feto e das partes do organismo que suportam o desenvolvimento dele. O volume sanguíneo aumenta em 50% ou mais, e as mamas também crescem. O organismo ainda constrói reservas para sustentar o crescimento rápido do bebê e para proporcionar energia para o trabalho de parto e para a amamentação.
Por isso, o ganho de peso ideal vai variar bastante e dependerá do estado nutricional antes da gravidez (baixo peso, peso aumentado), do estilo de vida da gestante (prática de atividades físicas, fumo, álcool), doenças preexistentes (diabetes, hipertensão, colesterol elevado), tipo de gestação (gêmeos ou não), além do funcionamento intestinal. Alguns outros fatores podem interferir nesse ganho de peso, que pode variar de 7 kg a 18 kg.
O peso deve aumentar gradativamente. No final do 3º mês, deve ser esperado um ganho de 1 a 2 kg. Nos meses subsequentes, o ganho deve ser de aproximadamente 450 g por semana.
Como controlar o peso na gestação
É importante lembrar que uma grávida carrega consigo uma nova vida. Por esta razão, precisa de nutrientes para ajudar no desenvolvimento do feto. Além de reservas necessárias para serem utilizadas depois do nascimento. Alguns nutrientes são fundamentais para a formação do bebê e precisam estar em níveis adequados antes mesmo da fecundação, como o ácido fólico, a vitamina D, o magnésio, o DHA (ácido graxo ômega 3), o ferro e o iodo.
A ingestão de ferro e cálcio deve ser elevada durante o 2º trimestre da gestação. Eles podem ser encontrados em carnes vermelhas, feijão, leite, gergelim e verduras de cor escura, para suprir essa demanda. No 3º trimestre, é importante realizar 6 refeições balanceadas diariamente. Beber de 1,5 a 2 litros de líquido por dia e consumir muitas fibras e frutas.
Existem ainda certos alimentos que devem ser evitados, como café e bebidas energéticas. Pois elevam a pressão arterial e possuem muitos conservantes, o que pode prejudicar o desenvolvimento do bebê. Bebidas alcoólicas também, elas causam a má-formação do feto.
Um estilo de vida saudável com uma alimentação equilibrada e variada já garante os nutrientes necessários para a gestação.
Riscos de sobrepeso na gravidez
Nem muito magra nem acima do peso. O ideal é que a gravidez da mulher seja controlada e ofereça uma qualidade de vida para a mãe e para o bebê. Nos 2 casos, excesso de peso ou muita magreza, há risco para a gravidez.
A gestante que está abaixo do peso recomendado apresenta maior risco de ter um recém-nascido com baixo peso, com dificuldades respiratórias. A condição também aumenta as chances de um parto prematuro. Uma mulher desnutrida pode estar com a imunidade comprometida. Há risco de adoecer com mais facilidade e desenvolver anemia.
Já a mulher que está com o peso muito acima do recomendado pode desenvolver diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, ter aumentado o risco de aborto, de chances de parto prematuro, o que pode trazer complicações para o bebê.
Por isso, durante a gestação, é indicado procurar um acompanhamento especializado, para poder entender melhor as novas necessidades orgânicas e montar um cardápio balanceado.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter. Ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista em São Paulo!