Você sabe ou já ouviu falar sobre o bócio? Esse termo é usado para descrever os casos em que a glândula tireoide aumenta de tamanho. Lembrando que a tireoide é uma glândula com forma de borboleta situada bem na base do pescoço.
Os bócios são considerados relativamente comuns. No Brasil, por exemplo, são registrados mais de 150 mil casos por ano. Em um primeiro momento, um bócio não é caracterizado como perigoso, exceto se a causa por trás da condição, isto é, do aumento da tireoide, envolver um câncer nessa glândula.
De qualquer forma, é essencial diagnosticar e avaliar a condição para descartar um possível quadro de câncer.
Quer saber mais sobre esse assunto? Então, continue a leitura e fique por dentro do tema:
Relação endócrina
A glândula tireoide é uma glândula em forma de borboleta que está localizada na parte frontal inferior do pescoço. Ela é responsável pela produção de hormônios tireoidianos, que são fundamentais para manter a nossa saúde e energia.
Quando essa glândula está aumentada, ela pode produzir hormônios em excesso (hiperatividade), pouco (hipoatividade) ou na quantidade adequada.
Os hormônios tireoidianos viajam pelo sangue e atuam em todo o corpo, regulando o uso de alimentos para obter energia e ajudando os órgãos a funcionar corretamente.
Eles também afetam o metabolismo, ou seja, a velocidade com que o cérebro, coração, músculos, fígado e outros órgãos funcionam. Se o metabolismo estiver muito rápido ou muito lento, isso pode causar desconforto e até doenças. Por exemplo, se houver uma falta de hormônios tireoidianos, o metabolismo pode desacelerar, causando cansaço e sensação de frio.
Por outro lado, se houver um excesso de hormônios, pode causar perda de peso, cansaço, irritabilidade, batimentos cardíacos acelerados e evacuações frequentes.
Algumas pessoas podem apresentar bócio, mas sem sintomas, exceto por inchaço na parte inferior do pescoço. No entanto, outras podem apresentar sintomas como inchaço, dificuldade para engolir, tosse, falta de ar, dor no pescoço, entre outros.
Fatores de risco para bócio incluem histórico familiar, exposição à radiação, problemas autoimunes e outros problemas de saúde. É importante identificar a causa do bócio para descartar o câncer de tireoide.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para desenvolver bócio incluem ser mulher, ter idade avançada, passar por mudanças hormonais (como gravidez ou menopausa), ter histórico familiar de problemas tireoidianos ou doenças autoimunes, exposição à radiação no passado, e consumo insuficiente de iodo.
Alguns medicamentos também podem aumentar a chance de desenvolver bócio, como a amiodarona utilizada para tratar problemas cardíacos e o lítio, usado para tratar transtornos mentais.
Como é feito o tratamento
O tratamento para o bócio varia dependendo da origem da doença, do tamanho do bócio e dos sintomas apresentados.
O objetivo principal é estabilizar os níveis de hormônios tireoidianos no sangue (se necessário), diminuir o tamanho da glândula tireoide, aliviar a pressão ou reduzir o risco de câncer de tireoide.
Se o bócio for pequeno e a glândula tireoide estiver produzindo níveis normais de hormônios, pode ser recomendado acompanhar a evolução da doença antes de iniciar algum tipo de tratamento.
As opções de tratamento incluem: medicamentos para equilibrar os níveis de hormônios tireoidianos no sangue (se houver hipo ou hiperatividade da glândula), radiação com iodo para tratar a hiperatividade tireoidiana (mas não é recomendado para mulheres grávidas, que planejam engravidar em breve ou que estejam amamentando).
Em casos raros a cirurgia pode ser indicada, como para bócios muito grandes que causam problemas respiratórios ou de deglutição, hiperatividade tireoidiana, nódulos ou câncer de tireoide.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista em São Paulo!