O conceito de apetite hedônico se refere ao desejo de consumir alimentos ou substâncias prazerosas, independentemente da necessidade fisiológica de ingestão. Em outras palavras, as pessoas desejam comer ou beber algo simplesmente pelo prazer que isso proporciona.
Fatores psicológicos, como emoções, experiências passadas e ambiente social, bem como fatores fisiológicos, como a liberação de neurotransmissores no cérebro que aumentam a sensação de prazer, influenciam o apetite hedônico.
O que é comer de maneira hedônico?
O termo hedonismo vem da busca de prazer e autoindulgência sensual e, quando aplicado à alimentação, nos leva à alimentação hedônica, que envolve comer por prazer.
Esse tipo de alimentação é classificada como comer alimentos de alta recompensa, geralmente ricos em gordura, carboidratos ou açúcar, que fornecem um golpe de dopamina para “se sentir bem”.
Comer um saco inteiro de batatas fritas, mesmo que você nunca tenha realmente desejado algo crocante para começar, não é um exemplo de alimentação hedônica, pois não há alto grau de prazer e satisfação. Um exemplo de alimentação hedônica seria imaginar uma pessoa descansando em um sofá de veludo sendo alimentada com uvas do caule, desfrutando de cada mordida e sabor.
A alimentação hedônica requer estes elementos específicos:
• Alimentos altamente recompensadores: biscoitos, bolos, qualquer coisa rica em gordura, carboidratos ou açúcar;
• Alta satisfação: algo que realmente atinja o ponto máximo de satisfação;
• Alto prazer: alimentação compulsória com o objetivo do pleno prazer, mesmo que este hábito alimentar traga sentimentos como o arrependimento. Envolve prazer durante a própria alimentação.
A alimentação hedônica envolve alimentos pelos quais tendemos a ficar obcecados, como, por exemplo: se você ama cereal (um alimento rico em açúcar e recompensador), isso o faz esperar ansiosamente por aquela tigela de cereal e aproveitar cada mordida. Esse tipo de alimentação pode levar a um transtorno alimentar, necessitando de um acompanhamento psicológico.
Quais as causas do apetite hedônico
A fome emocional, não está relacionado à necessidade fisiológica de ingestão de alimentos. Vários fatores podem influenciá-lo, incluindo fatores psicológicos e experiências passadas.
Dessa maneira, fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão e tédio, aumentam a vontade de comer alimentos prazerosos, como doces e salgadinhos. Essas emoções desencadeiam a liberação de neurotransmissores no cérebro que aumentam a sensação de prazer, levando a um desejo por alimentos que proporcionam essa sensação.
Além disso, experiências passadas também influenciam o apetite hedônico. Se uma pessoa aprendeu a usar alimentos prazerosos como forma de recompensa ou consolo, ela pode desenvolver uma associação entre esses alimentos e o prazer emocional, levando a um desejo por esses alimentos, mesmo quando não estão fisicamente com fome.
O ambiente social também pode influenciar o apetite hedônico. A disponibilidade de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal em ambientes sociais, como festas e reuniões, pode levar a um consumo excessivo desses alimentos, independentemente da fome real.
Assim, uma combinação de fatores psicológicos, experiências passadas e ambiente social pode influenciar o apetite hedônico. Compreender essas causas é importante para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
Tratamento para quem tem apetite hedônico
Existem diversas opções de tratamento para pessoas com apetite hedônico, dependendo da gravidade do quadro e das necessidades individuais de cada paciente. Algumas opções incluem:
Terapia comportamental: O terapeuta comportamental pode ajudar o paciente a identificar os gatilhos psicológicos que levam ao consumo excessivo de alimentos prazerosos. Além disso, pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias para lidar com esses gatilhos de forma mais saudável.
Medicamentos: Inibidores de apetite ou antidepressivos que afetam os neurotransmissores associados ao prazer podem ser utilizados para reduzir o apetite hedônico.
Mudanças na dieta: Uma dieta equilibrada e saudável pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, colesterol e pressão arterial. Além disso, pode reduzir o desejo por alimentos prazerosos.
Exercício físico: A prática regular de atividades físicas pode aumentar a sensação de prazer e bem-estar, o que reduz a necessidade de buscar prazer através de alimentos.
Suporte emocional: O apoio de amigos e familiares, bem como a participação em grupos de apoio ou terapia em grupo, pode ajudar a reduzir o estresse emocional e a ansiedade que muitas vezes levam ao apetite hedônico.
É crucial ter em mente que cada situação é singular, e que a abordagem terapêutica precisa ser adaptada às necessidades específicas de cada indivíduo. Por isso, a orientação de um profissional de saúde qualificado é essencial para um tratamento eficaz.
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