O diabetes é uma doença que atinge cerca de 13 milhões de pessoas no Brasil. Isso representa uma fatia de 7% da população, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). O diabetes tipo 2, mais popular, acomete cerca de 90% dos pacientes diabéticos, manifestando-se, majoritariamente, em adultos.
O tipo 2 dessa doença crônica se caracteriza pelo não aproveitamento adequado da insulina, hormônio que ajuda a levar a glicose para dentro das células. Diante desse cenário, o pâncreas entende que deve produzir ainda mais insulina, já que ela não está atuando como deveria. Com o tempo, o órgão, devido ao excesso de produção, começa a apresentar falhas, fazendo com que o açúcar no sangue alcance níveis muito altos.
Sintomas
Os sintomas do diabetes tipo 2 podem demorar a aparecer. Na maior parte das vezes, eles são percebidos apenas quando a doença já está avançada. Os principais sinais são:
- fome excessiva;
- sede excessiva;
- frequentes infecções na bexiga, rins e pele;
- feridas que demoram para cicatrizar;
- alteração visual;
- formigamento nos pés e mãos;
- vontade de urinar toda hora;
- cansaço frequente.
Como é o tratamento de diabetes tipo 2
O tratamento tem como objetivo baixar os níveis de glicose no sangue. Por isso, o paciente deve:
Praticar atividade física
Exercícios físicos são fundamentais no tratamento dessa doença crônica, já que, com a atividade física, o organismo usa o açúcar que está no sangue como energia. A SBD recomenda que pacientes diabéticos realizem 150 minutos de atividade física por semana, podendo ser dividida, no mínimo, em três dias e com intervalos de, no máximo, dois dias.
Alimentar-se de maneira saudável
O controle da dieta é outro fator fundamental no tratamento. Quem tem o tipo 2 desta patologia deve restringir o consumo de açúcar presente nos doces e nos carboidratos simples, pois tais alimentos possuem um alto índice glicêmico. Portanto, o diabético deve optar por carboidratos complexos, que são absorvidos de maneira mais lenta. O paciente deve, também, dar preferência ao consumo de vegetais e evitar o consumo de alimentos gordurosos e frituras.
Medicamentos
Em muitos casos é possível realizar o controle da doença apenas com uma mudança no estilo de vida. Entretanto, quando isso não acontece, é necessário recorrer ao uso de medicamentos, que é feito de acordo com o grau de necessidade de cada paciente. Dentre os fármacos utilizados, estão:
- Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino.
- Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas células.
- Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas.
- Inibidores da enzima DPP-4: inibidores da enzima DPP-4. Eles agem impedindo a degradação de um hormônio produzido no intestino, o GLP-1. O GLP-1 é liberado após uma refeição e estimula a produção de insulina, ajudando a reduzir a glicemia. Normalmente, o GLP-1 é rapidamente degradado pela enzima DPP-4. Os inibidores desta enzima permitem que o GLP-1 permaneça ativo no organismo por mais tempo, reduzindo os níveis de glicose no sangue.
- Inibidores do SGLT2: medicamentos novos que atuam na proteína transportadora que atua na reabsorção da glicose filtrada pelos rins, impedindo que ela seja eliminada pela urina.
- Análogos de GLP1: O GLP-1 é um hormônio produzido em nosso organismo pela porção final do intestino delgado e sua secreção é estimulada pela chegada do alimento nesta região. Após ser secretado, o GLP-1 promove o aumento da saciedade e consequentemente redução da ingestão de alimentos. Se houver uma hiperglicemia, estimula o pâncreas a secretar insulina.
- Insulina: quando há falência pancreática ou toxicidade do pâncreas pelo excesso de açúcar é necessário introduzir insulina para controlar a hiperglicemia
Cirurgia Bariátrica ou Perda de Peso Importante
A cirurgia bariátrica pode levar a remissão do diabetes tipo 2 quando a perda de peso do paciente é essencial para o controle da doença. Ao provocar uma redução do espaço estomacal, e rearranjo das alças intestinais faz com que os hormônios que controlam o metabolismo e a secreção de insulina também sofram alterações.
Outra forma de remissão da doença é a perda de peso de pelo menos 10% do peso total, principalmente em casos de diabetes recém diagnosticados.
O diabetes do tipo 2 é fator de risco para doenças como hipertensão, infarto, AVC, problemas renais e cegueira. Por isso, ao prevenir essa patologia, você evita também complicações que podem levar à morte. Ter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o consumo de álcool e cigarro, manter o peso sob controle e reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras são formas de evitar seu desenvolvimento.
Procure sempre seu médico para melhor orientação.
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