A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende a obesidade como um problema mundial, uma vez que ela atinge cerca de 1,7 bilhão de pessoas. Crianças e adolescentes também estão inseridas nesse contexto. Um estudo publicado pela revista científica The Lancet, mostrou que o excesso de peso em crianças disparou em menos de 50 anos. No Brasil, uma em cada três crianças com idade entre cinco e nove anos estão com o peso acima do recomendado, segundo pesquisa realizada pelo IBGE.
Um alerta divulgado pela FMO estimou que se não houver uma conscientização e uma mudança de hábitos, em menos de dez anos, a obesidade irá atingir mais de 11 milhões de crianças no Brasil. Acredita-se que uma criança obesa tenha 80% de chances de se tornar um adulto obeso. Esse dado é preocupante, visto que o excesso de peso está associado a diversas doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Essas patologias acometem cada vez mais crianças. Por isso, é tão importante combater e prevenir o ganho de peso desde a infância.
Como prevenir a obesidade em crianças
Hábitos alimentares
Criar bons hábitos alimentares desde a primeira infância é essencial. Entretanto, a alimentação saudável deve ser um componente que atinge todo o ambiente familiar, não apenas a criança. É por isso que, muitas vezes, a reeducação alimentar é indicada para todos os integrantes da casa.
Fique atento às dicas que podem ajudar na alimentação do seu filho:
- Comer à mesa com a TV desligada;
- Controlar a quantidade de alimento ao invés de proibi-lo;
- Ter uma rotina alimentar com horários pré-definidos: cinco ou seis refeições com intervalos de três horas;
- Ingerir mais comida caseira e menos comida industrializada;
- Ter mais alimentos frescos à disposição, como frutas lavadas e cortadas, chás, água e sucos naturais;
- Evitar que a casa tenha produtos industrializados e ultraprocessados, como biscoitos recheados, doces em excesso, sucos de caixinha e alimentos congelados, entre outros;
- Diminuir a ingestão de líquidos durante a refeição;
- Evitar frituras e alimentos gordurosos;
- Evitar refrigerantes;
- Estimular a criança a beber mais água.
Atividade física
A tecnologia e outros fatores sociais, como a violência, possuem um impacto muito grande no estilo de vida. Esses fatores mudaram a forma como as crianças brincam, se movimentam e se entretém. O uso de aparelhos eletrônicos como forma principal de diversão, faz com que as crianças fiquem mais dentro de casa e tenham uma vida mais sedentária. Por isso:
- Incentive brincadeiras que movimentam o corpo;
- Faça caminhadas em família, preferencialmente, ao ar livre. Crianças aprendem pelo exemplo;
- Delimite o tempo de televisão, internet e aparelhos eletrônicos. Os efeitos do uso de telas por crianças podem ser muito perigosos.
O excesso de peso deve ser encarado pelos pais como um problema grave. Pois, em um curto prazo, pode desencadear diversos problemas. Dentre eles, podemos citar:
- a puberdade precoce;
- asma;
- apneia do sono;
- acúmulo de gordura no fígado;
- dermatites e assaduras;
- enxaqueca;
- depressão;
- baixa autoestima;
- colesterol alto;
- pedras na vesícula;
- trombose;
- derrame;
- e diversas outras patologias que estão relacionadas ao excesso de gordura no organismo.
É importante lembrar que a obesidade não está ligada apenas à alimentação ou à falta de atividade física. Ela está associada, também, a distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, e a fatores genéticos, que alteram não só o apetite e o gasto energético, como também a forma que o organismo processa os nutrientes.
Investigar o que está causando o ganho de peso na criança é importante para que o tratamento seja efetivo. Em muitos casos, inclusive, recomenda-se um tratamento multidisciplinar, composto também por nutrólogos, nutricionistas e profissionais de saúde física e mental.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista em São Paulo!