O pré-diabetes é uma situação clínica que antecede o diagnóstico da diabetes. Porém, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas um sinal de alerta. É um sinal de que a doença já está se manifestando. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o número de pré-diabéticos já é maior que o de pessoas com diabetes no Brasil. Estima-se que havia 14,6 milhões de brasileiros com o quadro que antecede a doença diante de 12,5 milhões de indivíduos com a patologia já consolidada, em idade adulta, no ano de 2017.
Esse quadro prévio de diabetes indica que a glicose não está sendo bem-aproveitada e, portanto, está ficando acumulada no sangue. Nesse momento, o corpo começa a dar sinais, principalmente por meio dos exames de sangue, de que os níveis de açúcar (glicemia) estão começando a ficar elevados, e os níveis de insulina, também.
O indivíduo é considerado pré-diabético quando os valores da glicemia dele em jejum variam entre os 100 e 125 mg/dl. Ele é considerado diabético se esse valor atingir os 126 mg/dl.
Sintomas do pré-diabetes
Infelizmente, o pré-diabetes não apresenta sintomas físicos. O grande problema, porém, é que essa “pequena” elevação nos níveis de açúcar no sangue pode afetar alguns órgãos importantes. É por isso que, antes do diagnóstico de diabetes, algumas pessoas já possam apresentar complicações típicas da doença, como lesão na retina com perda de visão, insuficiência renal ou obstrução de artérias, a qual pode levar ao acidente vascular cerebral (AVC).
A única forma de descobrir a doença é por meio de exames de sangue. Normalmente o exame de glicemia e o de hemoglobina glicada, além do teste de tolerância a glicose. Esses exames podem ser realizados quando o médico suspeita de diabetes, quando há histórico na família ou num check-up anual, por exemplo.
É importante lembrar que algumas condições podem favorecer o aparecimento dessa condição prévia favorável ao diabetes. Entre elas podemos citar: obesidade, histórico familiar, hipertensão arterial, síndrome dos ovários policísticos e aumento dos níveis de triglicérides no sangue.
Se nada for feito, cerca de 1/3 dos pacientes com o quadro prévio irá progredir para diabetes dentro do prazo de 3 a 5 anos. Se considerarmos apenas os indivíduos com os fatores de risco, a taxa de progressão é ainda mais alta.
O fato é que nem todo mundo com a condição prévia irá obrigatoriamente evoluir para diabetes. Mas praticamente todos os pacientes portadores de diabetes tipo 2 em algum momento da vida passaram pela fase de prévia.
Tratamentos para o pré-diabetes
O tratamento para o quadro consiste na mudança de hábitos diários, para prevenir a evolução da doença até a diabetes. Na maioria dos casos, é preciso emagrecer e alcançar Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 25 kg/m².
Outro fator importante para se evitar o quadro de pré-diabetes é a prática regular de atividade física. O sedentarismo e o excesso de gordura diminuem a eficácia da insulina. No entanto, o aumento da massa muscular e a prática regular de exercícios fazem o efeito contrário. A atividade física melhora a captação da insulina circulante. Quem é fumante deve abandonar o cigarro imediatamente. Não só o cigarro é responsável por uma extensa lista de doenças graves, como ele também aumenta o risco de diabetes em quase 40%.
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